quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CODEPENDÊNCIA



Codependência = (escravo do outro)


É um transtorno emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, relacionada aos familiares dos dependentes químicos, e atualmente estendido também aos casos de alcoolismo, de jogo pato...
lógico e outros problemas sérios da personalidade.

Codependentes são esses familiares, normalmente cônjuge ou companheira(o), que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão diante do dependente e de seus problemas. São pessoas que têm baixa auto-estima, intenso sentimento de culpa e não conseguem se desvencilhar da pessoa dependente.
O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro. Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoolistas, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos, etc.

Sintomas da Codependência (Como identificar)

A Codependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:

1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações ínti...
mas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro

2. - Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o codependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.

3. - Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.

4. - Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o codependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).

5. - Condutas pseudo-compulsivas. Se o codependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.

6. – Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.

7. - Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.

8. – Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.

9. – Baixa autoestima.

10. - Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria auto-estima.

11. - Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.

12. - Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.

13. - Depressão. Resultado final

Parece um nobre empenho ajudar a outras pessoas que se estão se autodestruindo, como no caso dos alcoolistas ou dependentes químicos, do jogo ou do sexo compulsivos. Entretanto, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante da Codependência. A dor na Codependência é maior que o amor que se recebe e se uma relação humana resulta prejudicial para a saúde física, moral ou espiritual, ela deve ser desencorajada.
Na realidade a codependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc. Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.



terça-feira, 18 de setembro de 2012

ESCUTE BONS CONSELHEIROS ANTES DE AGIR




Não é sábio entrar na batalha sem antes fazer planos e buscar orientação. Não é prudente tomar importantes decisões na vida sem escutar pessoas mais experientes. Há conselhos que podem nos colocar nas veredas da vida. Quem age sem refletir e quem tapa os ouvidos aos bons conselhos coleciona fracassos e colhe derrotas. A Bíblia diz que na multidão de conselhos há sabedoria e que os planos apoiados em conselhos têm bom êxito.

João Luiz

sábado, 15 de setembro de 2012

Situações de Risco x Habilidades Sociais




Um dos principais focos do tratamento da dependência química é promover uma mudança profunda na vida do dependente, e não apenas a abstinência física do consumo de substâncias psicoativas. Isto significa que ao longo do processo terapêutico o dependente será motivado a fazer um estudo detalhado de seu comportamento frente a situações de risco a sua recuper......ação.
Uma das linhas de estudo da dependência química compreende a mesma como um modelo de comportamento aprendido, dessa maneira acredita que o indivíduo aprende ou condiciona o seu comportamento de uso. Acarretando problemas que envolvem os pensamentos, sentimentos e mudanças fisiológicas.

Partindo desse pressuposto o tratamento irá abordar o Treinamento de Habilidades sociais e o Enfrentamento de Situações de Risco como parte fundamental na manutenção da abstinência.

Situações de risco são definidas como qualquer situação que antecipe o uso ou a volta ao uso, podendo ser tanto situações interpessoais como: dificuldades de relacionamento com o mundo ao redor, lugares, hábitos ou pessoas que estimulem negativamente sentimentos ou pensamentos desagradáveis, ativando crenças disfuncionais ou de permissão para o uso. E também situações positivas que estimulem o uso como: uma promoção profissional, a realização de um objetivo, ou euforia que seria sentimento de alegria em demasia.

Como intrapessoais, estímulos internos negativos ou positivos. Como pensamentos e sentimentos de raiva, solidão, depressão, vergonha ou mesmo bem estar, satisfação etc.

As drogas tem o poder de transformar um mau humor num bom humor, e um bom humor num excelente humor.

E as Respostas de enfrentamento à situações de risco são compreendidas como novas habilidades comportamentais que permitem ao indivíduo reestabelecer o equilíbrio interno sem se prejudicar frente a situações adversas. Resultando em um comportamento social habilidoso de maneira que o indivíduo possa buscar seus objetivos positivos dentro do contexto social que está inserido, manifestando seus pensamentos e sentimentos e ações.

O resultado positivo do estudo detalhado do comportamento que foi citado no início do texto será esta capacidade de reagir de maneiras diferentes, devido o processo de autoconhecimento e autodescobrimento realizado de maneira organizada e por repetição. Pois a dependência química não se instala de uma hora para outra, e da mesma forma essas novas habilidades requerem treinamento e compromisso do dependente.

Conclusão

Aquele que encontrou a recuperação saudável e duradoura, não foi o que trocou a compulsão do uso, pela compulsão do não uso. Foi aquele que esteve aberto as mudanças e aquele que melhor se adaptou a elas e se manteve em estado de aprendizado.

Foi aquele que se permitiu questionar as próprias crenças destrutivas e reaprendeu a viver.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Paranoia e Agressividade nas Dependências Químicas




O relato sobre o uso de drogas pela humanidade retoma os tempos mais remotos. Sabe-se que a maioria dos medicamentos utilizados na antiguidade originavam-se de plantas. Assim, a palavra d...roga, é derivada de drog, que em holandês, significa folha seca. Atualmente o conceito de droga utilizado no meio científico está relacionado a qualquer substância capaz de trazer alterações no funcionamento do organismo de um ser vivo.
Os dependentes químicos, em sua maioria, apresentam diversas características, tais como: não adequação com relação a tempo e espaço, vida social e referencial afetivo. Demonstram também alto índice de racionalidade e cisão entre afeto e razão. Nestes indivíduos o ego encontra-se incapaz de exercer sua função mediadora entre consciente e inconsciente, podendo surgir asim algumas patologias, como: a paranóia e a agressividade, às quais discorreremos neste artigo.

O termo paranóia é frequentemente usado em conversas cotidianas, mas nem sempre de forma correta, pois uma simples desconfiança não significa necessariamente uma paranóia, especialmente se estiver baseada numa experiência anterior ruim.

Aurélio Buarque de Holanda (1988) define paranóia como sendo uma psicopatia, caracterizada pelo aparecimento de ambições suspeitas, que evoluem para delírios persecutórios e de grandeza, estruturados sobre base lógica. Para profissionais de saúde mental a palavra paranoia descreve aqueles indivíduos que sofrem de uma desconfiança exagerada e/ou uma grande suspeita de ser atacado verbal ou mesmo fisicamente, de forma injustificada.

A paranóia é uma psicose caracterizada por um conceito exagerado de si mesmo e de idéias de perseguição, reivindicação e grandeza, que se desenvolvem progressivamente, sem alucinações (Stenio Esteter, 2003).

Sabe-se que a paranóia pode ter várias origens, que ainda estão sendo estudadas, desde o stress, fatores genéticos, bioquímicos até o uso de drogas.

Como descrito anteriormente a paranóia caracteriza-se por uma desconfiança grave, ilusões fixas, um sistema delirante duradouro e inabalável, mas há manutenção da clareza, da ordem de pensamento, da vontade e da ação.

O dependente químico se torna paranóico devido a ação neuroquímica cerebral, uma vez que a droga age diretamente nos neurotransmissores, que leva o indivíduo a mudanças comportamentais e fisiológicas. A palavra agressividade é utilizada no senso comum com algo pejorativo, onde faz-se a exclusão de uma pessoa devido ao seu comportamento momentâneo.

Porém, a agressividade é algo inerente ao ser humano, vem dos instintos básicos, sendo um comportamento emocional que faz parte da afetividade humana. Com isso, pode-se dizer que a pessoa está agressiva e não é agressiva; o mínimo de agressividade é necessário e preciso para a sobrevivência do ser humano. O não aceito é a exacerbação da mesma, pois neste caso o indivíduo é taxado, erroneamente, como tendo uma personalidade agressiva.

Para os profissionais de saúde mental, a agressividade não pode ser considerada um transtorno psiquiátrico específico, ela é, antes disso, um sintoma que reflete uma conduta desadaptada.

Para Corsini (2004) a maneira de reagir a agressividade varia de acordo com a cultura, onde alguns comportamentos agressivos são tolerados, outros repreendidos.

Pode-se perceber que nas sociedades ocidentais, a agressividade é aceita quando vista como iniciativa, ambição, decisão ou coragem; mas é punida quando vista como atitudes hostis e de sentimentos de cólera.

Contudo, a agressividade não é somente caracterizada por ação motora violenta e destruidora, o comportamento negativo de recusa ao auxílio e o simbólico como a ironia, também podem funcionar como agressão.

No dependente químico a agressividade pode surgir por vários fatores, tais como: uso abusivo ou abstinência de drogas, preconceitos (social e familiar) e pelo surgimento da paranóia, uma vez que esta suscita no indivíduo a resposta ao estímulo da perseguição.

Dependência química é entendida como uma doença caracterizada por comportamentos impulsivos e recorrentes da utilização de uma determinada substância, que envolve aspectos biopsicossociais. O motivo de muitas pessoas que utilizam drogas tornarem-se dependentes é que a substância ingerida e sua consequente ação no sistema nervoso propiciam sensações prazerosas, ainda que momentâneas.

O dependente químico pode vir a apresentar dois tipos de dependências: (a) a física e a (b) psicológica.

(a) A física é caracterizada pelo sistema de recompensa cerebral, responsável pela principal fonte de liberação do neurotransmissor dopamina, responsável pela estimulação do prazer.
(b) Quanto ao aspecto psicológico, o uso de drogas pode erroneamente ser associado ao alívio de sensações desconfortáveis, como: ansiedade, medos, tensões, entre outros. Dessa forma, a droga é capaz de anestesiar a dor de existir, mantendo o indivíduo alheio às dificuldades que deveria enfrentar na vida cotidiana. Sem o consumo desta, a pessoa tem a sensação de incapacidade de viver.

A droga traz para o indivíduo um contexto lúdico e fantasioso, só que na prática esse não é um agente de lapidação, mas sim de destruição, por isso, pode-se perceber nitidamente nos dependentes a distorção do sagrado, que é a forma alterada de ver o mundo, uma vez que na possessão do vício a pessoa se modifica, pois na busca do prazer imediato utiliza-se da agressividade. Neste ponto o vício tem a capacidade de deixar a pessoa sem percepção, vivendo somente de sensação, por isso a necessidade do prazer imediato e a não visão de que a droga é algo capaz de matá-lo, podendo surgir a auto-destrutividade e o auto-boicote.

A paranoia surge como um caráter de defesa, apresentando delírios pouco sistematizados, acompanhada da perda de sentimentos, podendo acarretar a agressividade devido a dificuldade que os dependentes possuem de conviver com o social e de se integrarem a ordem (regras sociais).

Pode-se dizer que na dependência química encontra-se presentes os complexos materno e de inferioridade. Entende-se por complexos um conjunto de idéias carregadas afetivamente que evoluem para a formação do ego, tendo origem nos arquétipos.

O complexo materno apresenta certas características, como: ansiedade, necessidade de quebra de contrato, agressividade, persecutoriedade e desrespeito as regras sociais, portanto, pode-se afirmar que dentro deste complexo estão todas as dependências e drogadições.

Existe um padrão que é arquetípico no complexo de inferioridade, no qual a pessoa se acostuma com a forma destorcida de ganhar amor, que leva a uma fixação nesse processo propiciando o auto-boicote. Este complexo está estritamente associado a criação, rejeição dos pais e falta de afetividade, portanto, para que o indivíduo possa suportar viver no complexo de inferioridade ele infla seu ego, ou seja, aparenta uma superioridade que não possui.

Sendo assim, pode-se dizer que essas pessoas não vivem, mas sim, co-existem em meio ao seu próprio caos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Confira entrevista com palestrante do Encontro sobre Dependência Química na Atualidade


Realizado nas manhãs de 16 a 18 de fevereiro na 14ª Consciência Cristã, o 3º Encontro sobre Dependência Química na Atualidade teve como preletor João Luiz Vieira- Igreja Presbiteriana do Brasil/RJ.
O palestrante trabalha como conselheiro em dependência química na Clínica Pater Aldeia - RJ, escreveu o livro "O cristão e as drogas", e é especialista e consultor em dependência química com formação pelo SENAD (UFSC E UNIFESP).

Durante o Encontro foram abordados os seguintes temas:

* O uso de substâncias psicoativas no Brasil;

* Os 12 passos para a Transformação;

* Crack a droga da morte;

* O cristão e as drogas;

* Aconselhamento visando cura; e

* Tratamento involuntário funciona?

João Luiz Vieira concedeu uma entrevista à Vinacc para falar um pouco mais sobre a temática- DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA ATUALIDADE.

VINACC - Quais são os maiores desafios do dependente químico no período do tratamento?

João Luiz Vieira - O maior desafio do DQ no tratamento é enfrentar a síndrome de abstinência (falta da droga).

VINACC - Quais são as drogas mais agressivas na atualidade?

João Luiz Vieira - No Brasil as drogas mais agressivas são: o crack, oxi, nicotina (corpo).

VINACC – Com quais drogas geralmente acontecem os primeiros contatos?

João Luiz Vieira – O primeiro contato com as drogas ainda é atribuído ao álcool.

VINACC - Quais são as estratégias de evangelismo que a Igreja pode usar para alcançar os dependentes químicos?

João Luiz Vieira - Primeiro a igreja deve se preparar, conhecer esta doença, antes de evangelizar o DQ. E a melhor estratégia é começar dentro da igreja, que já esta com muitos DQ entre seus membros e familiares.

VINACC - Qual sua opinião sobre a mídia apoiar o uso de drogas “legalizadas”, como o álcool e o cigarro, mesmo sabendo que esse pode ser o primeiro passo para drogas ilegais.

João Luiz Vieira - O apoio às drogas lícitas no Brasil envolve bilhões de dólares (álcool/cerveja, cigarros, medicamentos...). Quem apoia não se importa se quem está usando vai chegar ao crack por exemplo, só se importa com as "vendas", e com isso se vende a própria vida.

VINACC - O senhor concorda que algumas produções do cinema manipulam o ser humano para que ele se torne indiferente ao sofrimento dos dependentes químicos?

João Luiz Vieira - Os filmes sobre vampiros e mortos vivos é uma forma de banalizar os sentimentos e levar as pessoas a se tornarem indiferentes quanto à morte em vida do DQ, hoje os filmes que falam e valorizam a vida esta em baixa, que Deus nos ajude, e que O Cristão e as Drogas possam assumir seus papéis.

http://paraibaonline.com.br/index.php/editorias_inc/6/838954